Educação Financeira

Investir em Poupança: bom ou ruim?

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Cerca de 89% dos investidores brasileiros investem dinheiro na caderneta de poupança – o investimento mais popular do país.

Estes dados, obtidos pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), sugerem uma realidade preocupante: muitos investidores podem estar perdendo dinheiro com seus aportes.

Você já deve ter ouvido falar que investir em poupança não é a melhor opção para quem deseja acumular patrimônio, mas talvez não entenda o motivo desta afirmação.

Afinal, é bom ou ruim investir em poupança e manter seu dinheiro aplicado neste produto financeiro tão conhecido os brasileiros?

É sobre isto que você irá ler no artigo de hoje. Continue a leitura para entender, de uma vez por todas, se é bom ou ruim investir em poupança e conheça algumas alternativas à poupança que podem se encaixar nos seus objetivos enquanto investidor. 

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Poupança: a queridinha do Brasil

A história da caderneta de poupança começou no ano de 1861, quando foi criada pelo imperador Dom Pedro II.

Foi apenas em 1964, no entanto, que a poupança passou a ter uma correção monetária – a fim de proteger os valores aplicados da inflação.

Ao longo dos seus 150 anos de história, a caderneta de poupança passou por altos e baixos.

Um dos episódios mais sombrios deste produto de investimento ocorreu em março de 1990, quando o Plano Collor determinou o congelamento de 80% dos depósitos das contas correntes e das cadernetas de poupança que excedessem 50 mil cruzados novos por um período de 18 meses.

Apesar dos pesares, entretanto, a poupança segue sendo o investimento preferido do brasileiro.

E se engana quem acredita que apenas as classes mais baixas escolhem a poupança como o principal produto de investimento: segundo a Anbima, entre os investidores com ganhos mensais superiores a 10 salários mínimos, mais de 44% fazem aportes na caderneta de poupança.

A facilidade de aplicação e a alta liquidez do investimento são dois dos principais fatores que pesam a favor do investimento.

Há, no entanto, diversos fatores que acabam pesando contra a caderneta de poupança. Saiba mais sobre eles a seguir.

O rendimento da poupança

A rentabilidade da caderneta de poupança é um dos principais motivos de especialistas do mercado não considerarem a poupança um bom produto de investimento.

Desde maio de 2012, o rendimento da poupança é pautado na oscilação da taxa de juros básica do país – a Selic.

Em situações nas quais a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança se mantém em 0,5% ao mês + TR (taxa referencial).

Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, no entanto, a rentabilidade da poupança sofre alterações.

Neste último caso, com a Selic menor ou igual a 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta de poupança passa a ser e 70% da Selic + TR.

A rentabilidade da poupança, portanto, passa a ser ainda menor.

Além da baixa rentabilidade, existem dois fatores – também relacionados ao rendimento do produto de investimento mais popular do país – que influenciam negativamente nos ganhos dos investidores que escolhem a poupança para fazerem seus aportes.

O primeiro deles é o aniversário da poupança e o segundo é o fator inflação.

O aniversário da conta poupança é basicamente uma data na qual os rendimentos são apurados e creditados.

Isso significa que o rendimento deste produto não é diário e, por conta disso, não há rendimentos do valor investido quando o saque do montante aplicado é retirado antes da data de aniversário do depósito.

Quanto à inflação, o problema está na falta de proteção este investimento para compensação das oscilações de preços ao longo de um ano.

Muitas vezes, devido ao seu baixo rendimento, a caderneta de poupança acaba perdendo para a inflação – levando o investidor a perder seu poder de compra com o passar do tempo.

Quando isso não acontece, o ganho real do investidor ainda é bastante reduzido.

Investir em poupança: bom ou ruim?

Até aqui você já pode perceber que, apesar de ser considerado seguro e bastante líquido, o investimento em poupança tem uma série de fatores não tão positivos assim para o investidor.

A decisão de investir ou não neste produto ou encará-lo como bom ou ruim, entretanto, varia de acordo com o investidor e seus objetivos.

Mas, se você costuma investir em poupança por desconhecer outras oportunidades de investimento, a história é outra.

Existem atualmente inúmeras alternativas de investimento que podem ser mais rentáveis e igualmente seguras e líquidas que a caderneta de poupança.

Conhecê-las, portanto, poderá ser um divisor de águas para você e para seus investimentos.

Investimentos alternativos à poupança

Se você está pensando em fazer um upgrade nos seus investimentos e sair da poupança, existem algumas alternativas de investimento que podem atender às suas necessidades enquanto investidor. 

Confira a seguir algumas das opções de investimento que podem ser mais rentáveis e tão seguros e líquidos quanto a caderneta de poupança.

CDB de liquidez diária

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) de liquidez diária pode ser uma opção interessante para quem não deseja mais manter o dinheiro investido na poupança. 

Protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em um valor total de R$ 250 mil por CPF por instituição financeira, até um limite global de R$ 1 milhão, o CDB com liquidez diária pode oferecer rentabilidade igual ou até mesmo superior à da poupança.

Este produto também é indicado para aqueles que buscam uma alternativa de aplicação para formação da reserva de emergência.

Antes de fazer sua escolha, no entanto, vale a pena conferir o rendimento dos CDBs de seu interesse e fazer contas – a fim de verificar qual a melhor opção de investimento para você.

Lembre-se que poupança e CDB não são as únicas alternativas de investimentos com alta liquidez e segurança para você investir.

Fundos de Investimento

Os fundos de investimento – sobretudo os fundos de renda fixa – também podem ser uma alternativa aos aportes em conta poupança.

Os fundos DI, por exemplo, acompanham a rentabilidade da taxa CDI e podem ser a escolha daqueles que investem na poupança para fins de reserva de emergência.

Atualmente existem fundos com liquidez imediata e baixíssimas taxas de administração.

Aportando por meio desta modalidade, você se torna um cotista e aproveita-se de uma gestão profissional para investir seu dinheiro. E ainda diversifica seu portfólio.

Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto têm ganhado cada vez mais espaço entre os investidores – e têm sido uma alternativa àqueles que desejam sair da poupança.

A liquidez real do Tesouro Direto tende a ser superior à da poupança e não há aniversário para rentabilidade – que é considerada diariamente.

Na hora de fazer seu aporte, não se esqueça apenas de definir uma estratégia de investimentos e considerar o prazo para resgate do valor investidor.

Não se esqueça que, em se tratando de Tesouro Direto, é possível ter rentabilidade negativa em alguns períodos – uma vez que a rentabilidade previamente estabelecida é oferecida apenas no vencimento do título.

Portanto, se o seu objetivo é ter alta liquidez para um determinado aporte, vale a pena considerar outras alternativas de investimento à poupança.

Se você costuma fazer investimentos na poupança mas não está confortável com o cenário atual de rentabilidade para o investimento, confira as opções disponíveis no mercado e encontre uma alternativa para deixar de investir em poupança de uma vez por todas.

Em caso de dúvidas, contate seu assessor de investimentos.

Ele poderá ajudar você a encontrar boas alternativas de investimento, alinhadas ao seu perfil, necessidade e objetivos pessoais.

Agora que você entendeu o funcionamento da caderneta de poupança e descobriu que há outras boas oportunidades de investimento além do produto de investimento queridinho dos brasileiros, que tal conhecer os 2 melhores investimentos 2019?

Método Investimentos

Luis Outi

https://investidorindependente.com/

Amante do mercado financeiro. Trabalho no mercado financeiro desde 2008, especializado no mercado de renda variável e de derivativos, também conhecido como opções.